Ação anticorrupção usa poder de mobilizar da internet

Muitos dos atuais integrantes da “Geração Y” eram novos e não devem se lembrar do movimento dos caras pintadas, que há 19 anos reuniu milhares de jovens brasileiros em passeatas a favor do impeachment do então presidente, Fernando Collor de Mello. Embalados pela grande rede, a internet, eles cresceram e assumiram o comando de novas manifestações contra a corrupção e pelas causas sociais, que têm acontecido com frequência no país. O retorno dos movimentos populares, no entanto, ganhou novas características com o uso das redes sociais. “Todo mundo hoje pode ser uma estação de mídia. Esses movimentos vão ter um crescimento exponencial, com cada vez mais pessoas tendo voz. O brasileiro está aprendendo a ter essa voz”, avalia a professora de Comunicação Social da PUC-SP e autora do livro A força da mídia social, Polyanna Ferrari.
Um exemplo do poder de mobilização foi visto no começo deste mês. Iniciado pela internet, o Movimento Contra a Corrupção levou aproximadamente 25 mil pessoas à Esplanada para apoiar a “faxina” da presidente Dilma Rousseff e protestar contra a absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Congresso. Apesar de ter um grupo de coordenadores por trás da organização desses eventos, as manifestações são apartidárias e a maioria não conta com a ajuda de entidades, diferença básica dos históricos movimentos das Diretas Já e dos caras pintadas. Um estudo divulgado em junho deste ano pela empresa Box1824 aponta que 59% dos jovens brasileiros não têm preferência por partidos políticos. Muitos afirmam não se sentirem representados da forma como deveriam pelo poder público.
Escrito por Magno Martins, às 15h30
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